Imagens: Fábio Cunha, Joana & Mariana, Humberto Brito.


Dois Um

Djaimilia Pereira de Almeida & Humberto Brito

Vivemos e pensamos juntos desde 2001. Editámos fotolivros, livros de artista, visitámos escolas, apresentámos livros e escrevemos ensaios e folhas de sala a quatro mãos. Em 2020, publicámos Regras de Isolamento. Partilhamos a coluna Onde Queremos Viver na revista Quatro Cinco Um desde 2023. Estes nossos projectos assumem uma ideia de autoria não individual.



Djaimilia Pereira de Almeida
é escritora. Escreveu, entre outros, Esse Cabelo, Luanda, Lisboa, Paraíso, Três Histórias de Esquecimento, Toda a Ferida é uma Beleza e Livro da Doença. A sua obra, traduzida para mais de dez línguas, recebeu, entre outros, o Prémio Oceanos, o Grande Prémio de Romance e Novela APE e o Prémio Vergílio Ferreira.

Humberto Brito é fotógrafo, ensaísta e professor de literatura & fotografia e teoria literária na Universidade Nova de Lisboa. Visitou algumas universidades (Universidade de Lisboa, Stanford University, University of Chicago, NYU). É autor de A Interrupção dos Sonhos, A Luz e a Escrita e dos fotolivros Avaria e Estrada e Fantasmas.



Projectos recentes / Recent projects


2023-
Onde Queremos Viver
| coluna mensal | Revista Quatro Cinco Um


Livros / Books


2020: A cauda. Lisboa: Dois Um, 50 ex. Design: Joana e Mariana.

“O tigre branco atrás do vidro blindado, dormente como um agarrado ao cavalo e, pouco depois, erguendo-se, vindo cheirar o vidro onde um letreiro avisava, é favor não bater no vidro, a cidade viva e o tigre branco dormente. Em volta, selva de faz-de-conta, palmeiras de plástico, pedras a fingir, coqueiros de aquário, as horas correndo pelo corpo de Luciano, estático, a olhar o sono do tigre branco nos olhos, a sua vida a escorrer-lhe pelos dedos, longe dos deveres e da passagem das horas, dos horários, dos compromissos, cada um na sua vida, como o tigre, tão lânguido quase lascivo, a dormir enquanto Lisboa diz mata e diz esfola, Luciano quase lhe sentia o hálito, lembrou-se do acordar de Maria, poderia o sono do tigre branco ser postiço?”


2020: Colagem / Coragem. Sobre a Consciência das Mãos. Lisboa: Dois um, 50 ex. Design: ilhas estúdio.

“Colagem, antídoto da cobardia. Situa-se além do bem e do mal, mesmo quando corto orelhas e amputo senhoras bem vestidas. Um corpo não é um corpo. Viro cães de pernas para o ar, coloco uma língua no lugar de umas sobrancelhas. Onde havia uma flor, descubro um rabo. Onde foi Lisboa, um punho. Ao comando de uma quadriga, um molho de cenouras. Na festa da colagem, não há letreiros, legendas, ordem, nexo ou lei. Não é terra de ninguém, mas um cemitério de abominações sem placas funerárias. Animais com cara de homem, mulheres com bico de pássaro, peixes com mãos, olhos com cabeça, cebolas de brinco, ervilhas-pupila. No avesso dos contos de fadas, a coragem pulsa. Onde houve coração, há uma ponta e mola.”


Livros de artista / Artist’s books


2025: Colecção Hálito da Vida, 33 x 3 ex. Design: Joana e Mariana, 2025. 
2021: Mariana. Lisboa: Dois Um, 2 ex. Design: Bulhufas.
2021: A estrada menos eu. Lisboa: Dois Um, 2 ex. Design: Bulhufas.


Ensaios / Essays


2020: “Regras de isolamento”, Revista Zum.
2018: “O Desinteresse pelo Poder”, Revista Serrote

2020: Regras de Isolamento. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, Colecção Retratos, 2020.


Fotolivros / Photobooks


2019: Avaria. Lisboa: Dois Um. 100 ex. Design: ilhas estúdio.

As cidades e as pessoas extraviam-se. Quando se dá pelos danos, já aconteceram, como por mão invisível. Eis o que se descobre ao procurar por si no não-eu. A anonimidade dos danos, em toda a parte, em toda a gente, na minha própria vida.

Cities and persons get damaged. When you come to notice it, the damage is done, as if by invisible hand. While trying to find oneself in the non-self, here’s what you find. The anonymity of the damage, in all places, in everyone, in my own life.

Capa mole
ISBN 978-989-209959 
21 x 26,5cm
64 pp.
Texto em Português


Residências / Residencies


2023: Residência artística na Escola Secundária Lima de Freiras, Setúbal, Casa da Avenida | Plano Nacional das Artes.

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